Vivendo e aprendendo...

Uma coisa que eu sempre quis ver no Blender era a possibilidade de traçar os arcos de uma animação. O problema é que isso já é possível desde a versão 2.43!

E eu passei todo esse tempo sem ver aquele botão... =/

Há algum tempo comecei meu novo projeto de animação. Inicialmente seria algo bastante simples, mas não resisti à tentação de fazer algo mais elaborado.

O início do trabalho foi quando ainda estava em férias, 26 de novembro. O projeto está prestes a completar dois meses de vida, e está de vento em popa! =)

Achei interessante fazer um post sobre o progresso dos trabalhos agora em que cheguei exatamente na metade do caminho. Como não falo dele há algum tempo, alguns de vocês podem pensar que desisti, mas a realidade é bem diferente!

O curta está com exatos 41 segundos. Se conseguir continuar neste ritmo (afinal, tenho trabalhado nele em meu tempo livre) devo finalizar no mês de abril.

Neste trabalho estou exercitando várias coisas ao mesmo tempo: timing, uso da câmera, atuação, peso, composição, criação da marca e gráficos adicionais.

Não quis usar o tempo desenvolvendo outro rig de personagem, por isso estou usando os ótimos ManCandy e o Ludwig.

Todas as ferramentas usadas são livres: além do Blender, tenho usado intensamente o Gimp e Inkscape, além do Audacity para a edição de áudio. Junto com o curta, deixarei disponíveis para download os arquivos que usei na produção (isso mesmo, um "open movie" particular). Já estou economizando para um "upgrade" para meu plano de hospedagem. =)

Não pretendo mostrar muita coisa além de alguns screenshots, para não estragar a surpresa. Pelo que vocês poderão notar, quero um visual um pouco diferente do 3D tradicional. Quero uma coisa com toques 2D, mas sem recorrer a cel-shading.

Bem... basicamente é isso. Em breve trarei mais novidades sobre o projeto.

Agora... de volta ao trabalho! =)

O designer de personagens Harald Siepermann, que tem em seu currículo filmes como Uma cilada para Roger Rabbit, Mulan, Tarzan e A Nova Onda do Imperador escreveu sobre de onde conseguiu sua inspiração para seu belíssimo trabalho para o filme Encantada:

Ninguém menos que Alphonse Mucha. =)

Lembro das aulas na faculdade sobre Art Nouveau em que todos ficaram boquiabertos ao ver seus trabalhos, ainda mais depois de saber que era tudo litografia!!

Será que é boa essa influência?

Já comprou seu DVD do Ratatouille? Se sim, com certeza já viu o curta Your Friend the Rat. Como já citei antes no blog, ele foi o primeiro curta 'não-3D' da Pixar.

Ele agora volta a ser assunto por causa do blog de um de seus diretores, Jim Capobianco (o outro é Nate Wragg, cujo blog também vale o clique pelas belas obras).

Há bastante coisa sobre os bastidores desta charmosa animação, com destaque para o post com as fotos da produção. É interessante saber, por exemplo, que a cena do quadro negro foi efetivamente animada em um, sem efeitos de computador.

Quem se interessar pode, ainda, comprar por U$ 2,99 o "Little Golden Book" feito especialmente para o curta.

Hoje vi dois posts no Cartoon Brew que fizeram pensar sobre as influências das obras de outros artistas em nossas produções.

O primeiro falava sobre a investida do talentoso diretor Chris Sanders (Lilo & Stitch) em produzir tirinhas, enquanto o segundo apontava para uma entrevista do artista de storyboard Enrico Casarosa (Pixar) ao site GhibliWorld.

Nos comentários do post sobre Sanders, vários leitores apontavam semelhanças de suas tirinhas com Calvin e Haroldo, de Bill Watterson. Concordo com o fato de que a influência realmente existe. Afinal, só não é influenciado pelo trabalho de Watterson quem ainda não conhece! Em minha opinião, esta influência é uma das qualidades das novas tirinhas de Sanders.

Influência não é cópia, e Sanders não me parece ter copiado nada. Apenas absorveu o que viu de melhor (não apenas em Watterson) e aplicou seu toque pessoal em algo que me parece bastante promissor.

Já na entrevista de Casarosa, é notável o quanto ele reconhece a influência dos trabalhos de Miyasaki não apenas em sua produção, mas na de John Lasseter e Pete Docter.

É indiscutível o talento de todos eles. É algo que, aliado a suas influências, ocasiona a criação de belas formas de arte: animadas ou não.

Este é o meu segundo post seguido em que faço referência ao blog de John Kricfalusi, que escreveu dois artigos bacanas a respeito de nossas influências:

The importance of having a lot of influences e Influences won't help you without skill.